10.5.13

Dalí, Monalisa e Dez Decímetros Quadrados

tanto faz se etéreo, estéreo
a histeria calada toma conta
da sala
esquerda, direita, centro e janela
eles saem voando, flutuando
e fluindo-se ao vento como
silfos
aéreos, amarelos e de sorrisos com bigode
eles degustam as cores do som
estremunham-se nas linhas quadradas
dez
caminham periculosos, delinquentes
indecentes
pintam chuvas de Shiva, de gatas-guaxinins
e contornam-se num abraço apertado
dado
agradado
fazendo tecer sob o sol da árvore linhas torcidas
num nó marinheiro que nunca e jamais
dissolveria-se no ácido ofídico
e
saltam do quadro ao lado, pisam no musgoverde
caem
e rolam
e riem
e tornam a sair voando pela janela
lateral

3 comentários:

  1. lateral
    do quarto de dormir

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  2. Oh! autoria anônima dessa sala
    Vigiada pelas divindades totêmicas
    Transportadas dos tempos em que costumávamos
    Visitar os fundos dos olhos

    Quanta saudade sinto
    Da infinita área da rebarba vermelha disforme
    Do pitoresco bigode de dois caracóis
    E do enigma de seus lábios misteriosos...

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  3. colapso ocidental, tudo que é fluído se espalha

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