Episótemo #766
Foi na estação do metrô Butantã que Estela não pode deixar de observar: um grupo de mais ou menos 40 loiros e loiras com camisetas azul marinho contendo as siglas SGH. Seus integrantes discutiam sabe-se la o que, com seus 1,95 de altura, shorts acima do joelho e Iphones na mão.
Ela ficou chocada com a situação, pareciam alienígenas que acabaram de descer em um planeta de terceiro mundo. Quando passou por perto constatou: o sotaque era alemão, talvez austríacos. Vai saber!
Os Sschoeling Gasnrtrundjovenhageenjurt Habbsburgh (Grupo da Juventude Protestante NeoPentecostal Solidária de Habsburgo), como assim ela os denominou mentalmente, estavam atônitos olhando para o fim do corredor. Seus olhos perseguiam alguma coisa interessante que vinha em sua direção.
Ao passar pelo bloqueio do metrô percebeu a quem os jovens arianos de pelos genitais da cor da palha vislumbravam sem nenhuma vergonha ou disfarce: Uma linda e voluptuosa mulher negra, com um manto manchado da cor marrom-bege, que lhe descia e cobria seu corpo todo, sem deixar-lhe de dar belas formas, Seu corpo bem dotado em todos os aspectos que dançava como ondas no mar naquele vestido, passou por entre eles, que por sua vez acompanhavam a gracejosa figura com olhares atônitos.
Para Estela, essa cena resumia muito bem quem somos e aonde estamos.
Teve vontade de chorar.
-mas, Iansã, cadê Ogum?
ResponderExcluir- foi pro mar...