2.12.14

os sonhos eróticos que me condenam


com os olhos parados observara o padrão do monolito
as luzes amarelas que vem 
as vermelhas vão
a auto afirmação precisa de motores a gasolina
o prédio precisa de dinheiro
quem apagou o cigarro quem poderia ceder
a fumaça de oleo diesel e as pessoas com cortes de cabelo esquisito

precisava sair precisava entender e entendeu
pois a sua frente de repente dois olhos uma janela
um corpo um portal
para a paz de qualquer coisa diferente 
o nascer e o deitar do sol
a linha do horizonte onde o céu beija o mar 
tudo poderia encontrar num corpo de vontade própria
os fluxos de consciencia se entrelaçaram num deserto e esperaram encontrar as rochas da solidão em anos-luz 

precisava de um toque um tato um leve roçar
e estava fora deste e de outros universos 
que seu subconsciente criou na madrugada adiante
os músculos gritaram durante horas 
o ácido fora de hora na barriga o trouxe de volta
para querer guardar todas as lembranças que virão no futuro de seu mundo ideal

II

ah minha cabeça como pode ser tão desleal
porque pensa o que eu não quero pensar
e me leva onde não estou
e me acalenta com braços invísiveis

um parque e os tons de verde me devorando
onde eu me entrego d'alma e assobio
e se fossem um
e se fossem os dois
das pedras que carrego dentro de outra pedra
posso sentir as coxas
e o que vou deixar de um encontro para o mundo
o que deixei 


III

se fosse um buarque
teria métrica
se fosse um cabral 
seria etnocida e decassílabo
se fosse moraes
seriamos três
se fosse você
se fosse você
seria eu&eu

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