5.9.11


Na madrugada do sábado para domingo, no cubo uma coruja & eu trocávamos uma ideia muito interessante até que em algum momento eu fiquei falando alguns minutos sem perceber que a coruja já estava aconchegada em seu ninho onírico. Ao acordar e ajudar com as coisas de casa, bradei: Vamos pra sé! Entorpecidos de sanidade e com uma garrafa de água de 1,5l, pegamos a lotação, metrô e chegamos. Nas escadas rolantes já sentimos o cheiro da farmacologia esquizoconsciente, algumas poucas pessoas, alguns invisíveis sociais e muita fumaça, seguimos com a sequencia e compramos outra garrafa de líquido vital, o som invadia a babilônia de uma maneira que comentamos: matar as estruturas sem destruir a vida, e nos sentíamos assim naquele sol e naquela ilha, numa especie prática de rachadura do monolito. Trocamos olhares com todos e decidimos começar a dançar ainda tímidos, as pessoas começaram a chegar aos montes e também perdendo a timidez se aconchegaram mais próximas dos graves pra poder dançar e colorir o cinza bloco de pedraconcretovitae. Comecei a me apaixonar, por uma duas três, sem falar, sem tocar, apenas imaginei que todas pessoas estavam ali bonitas. Caira e levantamos, Roberto Carlos? Black Sabbath? quer um pega?
Era early reggae, ska, dub, roots e o free dance dos invisíveis.
No saldo finale senti liberdade nos poros, platonismo na cabeça e muita vontade de andar por aí pra esbarrar em todos, sem medo, sem violência, consciente enquanto estiver nos furos da malha, porque ali a realidade se torna tão bela que não é preciso e seria até um desperdício tentar fugir dela.