28.7.13

eu vim de lá pequenininho



Desculpa aí Tom Zé, eu não tenho a mesma admiração que tens pela Av. Angélica, Consolação, Ed. Itália, Paulista e adjacências. Pelo contrário, alimento um ódio, hoje, longe de minha essência, percebo que como você que sempre está em Irará, eu sempre estarei em Itaquera onde meu corpo se encontra não interessa, eu to lá, ainda cumprimentando o Adriano na padaria, a Sônia no bar, o Boi na oficina, degustando os deliciosos espetinhos do Tirulipa`s Grill, na feira de quinta aprendendo como escolher frutas, legumes e verduras com dona Tereza, ainda olho pro céu nas férias escolares procurando as pipa - "será que vem mandado?" - "vixi cortou e aparou pela rabiola" é quase o funk que se ouve cotidianamente. Ainda respeito Juninho de bíblia debaixo do braço, o respeito acima de qualquer coisa, comunidade independente de cor, sexo, gênero, religião ou posição politica, o lance é que trocamos ideias, nos ouvimos antes de nos atacarmos ou nos considerarmos superiores por um ter tido privilégio da informação e o outro não, não rola assistencialismo, te pago uma breja e te dou um pigas, porque aquele dia me recebeu em sua casa, me ofereceu um churrasco e uma cadeira, colocou seu LP raro do Tim Maia por minha causa. Onde a palavra vai além... "SALVE!" Galego, Rabisco, Marola, Dente, Fininho, sorriso samba e futebol, policia... quem deu mancada? quem foi que deu mancada? pede uma xícara de açucar na vizinha... cabou o gás empresta seu forno um minutinho, me vê um copo d'água, carai man, fala "pai", manda um abraço pros parça... amanhã a gente acerta essa fita.
Falando em fita me grava aquele seu cd do Creedence, muito loco esse som hein?! Ow mano moh cota, moh neurose esses tempo ae, tá foda mermo tá foda!

Quando seu quintal é a rua até as tantas da madruga, não interessa quão grande, gramado, arborizado e ensolarado seja seu quintal privado, ainda é privado. Propriedade tenho pra falar que os livros não ensinam nada sobre viver, viver em paz, em comunidade, em harmonia, os cu liga que pá e isso e aquilo, mas eae?!? vocês ainda tretam por maconha, por farinha, por cerveja, por dinheiro ? vocês ainda se roubam , rasteira só na capoeira e olha que depois de cair, assim que termina o piscar dos olhos de susto, a primeira coisa que vê é uma mão estendida te ajudando a levantar. Angelica,Consolação, Pinheiros, Vila Madalena, Butantã, vocês tem faculdade, vocês tem música boa, roupa, ascendência européia, olhos claros, penteados descolados, cerveja da gringa, vinho, fino trato, cheque especial, limite no cartão de crédito, assunto pra caralho, viagens para o exterior, livros considerados na academia, mas não tem VITAE.

22.7.13

6 para 1.

e se pudesse-quissesse fazer tantas linhas encharcadas de amor embebido em tanta eternidade numa fusão etérea de linhas horizontais que formam blocos de luz contornadas. tudo aqui se preenche de dentro do coração-balão em ondas magnéticas até o teclado, passando pelos dedos pintados de rosa_ChoQ, rasgando as tintas telemáticas e tornando telepatia um @, brota na tela plana as palavras. estas. Dançam delicadas e surgem molhadas somente pra dizer o que é impalavreável, embora palpável, num suspiro último que só nasceu pra ser um tiquinho mais perto de todos vocês: gruda n'alma.

4.7.13

XIM

Falo de um felino torto,
        era pra ser quadrúpede,
mas nasceu de cinco patas,         

         era pra ser uma trupe,
 mas virou uma gemada.


          Perdeu o equilibrio do rabo,
                 perdeu também seu motorzinho,
                      Agora está com 3 patinhas, apenas.
                                                                           
                                                                                                Mas de pé! Em riste! Manteve-se.


                           No princípio era só o ventre, era só a mãe.
                                                 Depois veio mais 3.
                                           O Zé, a Zefa, a Quitéria e o Xim.
                                                      O Zé virou Zefa,
                                                    A Maria virou Mario.
                                                                                              Foi-se pro vizinho e nunca mais voltou.



                                   Agora o mais tímido, o da patinha manca.

                               Se esfrega como que se fosse do lar há anos.
                                Como se tivesse nascido ali.
                                Como se fosse sua cama quente, o aconchego de sempre.


          Aprendeu o carinho! Crê?
           Aprendeu a carinhar.


                                 E a carência.

2.7.13

interrompemos nossa programação

boreal:
palavra que não precisa de objeto para reproduzir exatamente o que a degustação léxica realiza aqui.
Livre de qualquer significa-do-nte, a fonética leva exatamente ao mesmo lugar rouba-cor que a análise semiótica levaria, se não fosse insignificante perante o simples soar b-o-r-e-a-l da sílabas em qualquer lábio brasileiro.

voltemos agora a nossa programação habitual.