14.3.13

mais valia

CUSPO
crispa vara-fundo
escremento, ardendo
demente estado
farsa afobada
exasperada
viciada

social-psico-trauma-tismo
craniano?
crosta de quê?
proteção do quê?
dos miolos (moles) do ser
humano?
HUMANO?
Imundo.
mini-pensamentos
mesmo obcenos
nunca pensam direito
ou esquerdo
mais além

talvez
lá longe
nuance de luz
reflexo?
refratado mas atado
atos-luz
(outro mini-pensamento
sem qualquer discernimento)
que esvaem ao pôr do sol
a espera da escuridão
a qual todos os seres estão fadados
mas ainda, inebria-se com os raios solares
que, sabe-se, ali estão pra aliviar
os miolos que insistem em funcionar
trabalhar
a troco de nada:
mais valia


ATÉ
o pobre miolo que insiste
em pensar pra um ser
que não usa todo trabalho
do miserável miolo
para permanecer na inércia da vida
no eterno retorno
no nada
e
x
i
s
t
e
n
c
i
a
l

11.3.13

aresta: cúbica - ensaio primeiro


a versão do caos sobre a serenidade
é certeza tranquila de fúria e fogos

a versão da árvore sobre o machado
é certa a paz do fim do ciclo
contra o prenúncio de eterno retorno

a versão do rato de Skinner
é um deus que o usa para fins
sacros
sagrado
como tudo o que
de tão profano e intangível
torna Rosana na alturas
além
do âmago:
o vômito

a versão de Mallarmé
para bailarina que não dança
da mulher que não tem corpo
é o inverso do verso da poesia
é tanto contrário
tanto sem medida
(em si, já, é absurdo!)

a versão do inverso do avesso
de dentro da casca, da seiva, do caule
é entregar à luz um novo membro
é o sangue que jorra ao mundo
não é o corte ruim,
mas o único meio de dar à terra
o todo
eternamente